Saiba mais sobre o romance escrito por Theodore Dalrymple, “Tanto Por Fazer”
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Livro: “Tanto por Fazer”
Autor: Theodore Dalrymple
Número de Páginas: 184 páginas
Uma análise literária de “Tanto por Fazer”
A obra “Tanto por Fazer”, escrita por Theodore Dalrymple, é uma narrativa cativante que se assemelha a um diário minuciosamente detalhado. O enredo narra a vida de Graham Underwood, um serial killer que, após cometer mais de dezesseis assassinatos brutais, foi capturado pela polícia britânica.
Um Romance de Theodore Dalrymple
O que distingue este livro das obras anteriores de Theodore Dalrymple é o fato de pertencer ao gênero romance, conferindo uma notável simplicidade à leitura.
No entanto, é importante destacar que o conteúdo da narrativa pode ser desafiador para alguns leitores, já que mergulha em reflexões profundas sobre a maldade inerente à natureza humana.
Um Assassino Literário em “Tanto Por Fazer”
Sob o apelido de “O Monstro de Eastham”, dados pelos jornais italianos, o livro “Tanto por Fazer” se aprofunda na mente perturbada do criminoso. Lembre-se que este personagem, embora seja fictício, é uma síntese do comportamento criminoso presenciado pelo autor durante seus tempos como médico no presídio.
Underwood é um assassino que se vangloria de seus atos hediondos e, também, tem uma análise perspicaz da hipocrisia da cultura britânica.
Um Personagem Inteligente
Em “Tanto por Fazer”, a narrativa habilmente destaca como o assassino manipula as palavras para motivar e para glorificar seu comportamento psicopata.
![um homem preso escrevendo em um livro](https://preciosamemoria.com/wp-content/uploads/2023/11/um-assassino-literario.webp)
Além disso, o personagem, contrariando o estereótipo, é ávido pela leitura e, por isso, passa a maior parte do seu dia na biblioteca.
Essa construção de Theodore Dalrymple é interessante, porque confere ao assassino características inesperadas de um assassino e, ao mesmo tempo, irônicas.
A Corrupção da Sociedade Britânica
Em “Tanto por Fazer” você não só conhecerá a mente complexa de um criminoso como, também, a corrupção da sociedade que o rodeia.
Assim, o autor lança luz sobre a hipocrisia daqueles que condenam o crime, mas, ironicamente, beneficiam-se da existência dos criminosos e de seus crimes
Ainda, o enredo explora como o sistema de Justiça dispensa o seu dever de julgar com prudência e sabedoria, transferindo essa responsabilidade para outros infratores dentro das celas da prisão.
Em outras palavras, o autor relata em seu romance como os criminoso executam a “justiça” nas cadeias, enquanto toda a sociedade se beneficia desse sistema.
Um Confronto com a Consciência em “Tanto Por Fazer”
O livro confronta os leitores ao constatar que os argumentos do personagem e a realidade da cultura britânica não estão tão distantes das justificativas utilizadas pela maioria dos indivíduos e pela sociedade em que vivem.
Até mesmo os “bons homens” poderão se surpreender com a similaridade da mente de um criminoso com a sua própria. Inclusive, o leitor pode até se pegar defendendo os atos criminosos do “Monstro de Eastham” e dizendo que a sua vida e a sociedade o levaram para aquele fim.
Na melhor situação, devido a persuasão com que o assassino foi dotado por Theodore Dalrymple, o leitor encontrará dificuldades para refutar os argumentos usados pelo personagem para cometer seus crimes.
Questionando a Si mesmo com o Livro de Dalrymple
Além disso, deve ser lembrado que a dificuldade do confronto entre o personagem e o leitor, para aqueles que não terão o criminoso por “vitima da sociedade”, não consiste no fato do assassino estar certo em seus argumentos.
Mas, o que ocorre é que, talvez, o leitor se lembre de já ter usado o mesmo raciocínio para explicar ações menores. Assim, o confronto está em que questionar Underwood, de certa forma, seria questionar a si mesmo.
- Se você gostou do estilo de escrita de Theodore Dalrymple, leia também a resenha do seu livro “O Terror da Existência”
Resumindo a Análise de “Tanto por Fazer” de Theodore Dalrymple
Ao refletir sobre “Tanto por Fazer”, a obra de Theodore Dalrymple que mergulha na mente de Graham Underwood, o “Monstro de Eastham”, encontramos uma dualidade perturbadora que nos força a olhar para nossa própria humanidade.
Ademais, através de Underwood, Dalrymple revelou não apenas a maldade inerente ao homem, mas também a corrupção da sociedade britânica. A hipocrisia daqueles que condenam o crime enquanto se beneficiam de sua existência é exposta de forma vívida e como o sistema de justiça pode delegar sua responsabilidade para os próprios criminosos, deixando-nos questionando o verdadeiro significado de “justiça” em nossa sociedade.
Recomendação: Um Desafio Literário para o Leitor
Em suma, “Tanto por Fazer” é, com certeza, um livro desafiador, mas o cristão que possui uma cosmovisão submissa à Palavra de Deus não encontrará empecilhos para decifrar as complexidades da narrativa nem demonstrará temor em seus desafios, mas descobrirá uma oportunidade de refletir sobre os efeitos da “Queda do Homem” em si e no mundo.
Portanto, se você busca uma leitura envolvente e provocativa que estimula uma análise crítica da natureza humana e da sociedade, este livro é uma escolha notável. No entanto, aconselha-se que essa jornada literária seja empreendida com uma sólida base cristã, assim o livro será realmente proveitoso para sua vida.
Sem mais, boa leitura.
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