Oração Verdadeira e a Comunhão Com Deus- Parte 2

uma mulher com um livro nos joelhos, dentro do quarto, orando.

Oração Verdadeira – Parte 2

Aproximando-se de Deus: Sermão “O Véu Rasgado” (1856)

É importante notar que embora exista apenas um princípio que guia as orações, a Bíblia, existem vários tipos de oração, como: a oração de contrição, de intercessão, de gratidão, entre outras.

Entretanto, no sermão “O Véu Rasgado” (1856), o pastor Spurgeon apresenta uma abordagem interessante sobre o tema. O Sr. Spurgeon cita cinco tipos de orações que não se referem, necessariamente, ao conteúdo das palavras, mas à distância entre aquele que está orando e Deus.

“Existem muitos tipos de oração: a oração que parece que tem o impedimento de entrar no santo Templo de Deus; a oração do outro que está no átrio dos gentios, muito longe, olhando para o Templo; a oração que se aproxima de onde está Israel e suplica a Deus dos eleitos; oração que se faz dentro do átrio dos sacerdotes, quando o homem santificado faz a oração; e a oração que se oferecesse no Lugar Santíssimo.”
(C. H. Spurgeon).

No mesmo sermão, o pregador destacou que Cristo Jesus rasgou irreparavelmente o véu de cima abaixo, no Seu sacrifício expiatório, tornando a melhor oração feita naquela lugar, o Lugar Santíssimo (Mt 27:51). É relevante lembrar que o rasgar do véu significa muito mais do que este artigo pode abordar no momento.

No entanto, sabemos que Cristo Jesus é o único meio pelo qual as orações são atendidas e o único que permite que um homem se aproxime diante da terrível e maravilhosa presença do Santo Senhor, no Lugar Santíssimo.

Reflexões Importantes: Vida de Oração

Agora, devemos nos perguntar: irmãos, a que distância de Deus nós temos feito nossas orações? Nós temos nos agarrado essa incrível verdade de que Cristo nos reconcilia com o Pai e, por meio dEle, Deus nos ouve? Temos nos assegurado na Sua fidelidade, de Suas promessas e nos curvado diante de Deus no Lugar Santíssimo?

Se não for assim, estamos nos perdendo em meras palavras e formalidades, não desfrutando da plena Graça de Deus.

Orando com a Motivação Certa

Ademais, a Bíblia ensina que as orações nem sempre são atendidas porque, muitas vezes, os homens pedem pelos motivos errados, conforme seus corações pecaminosos, e, assim, não manifestam a glória de Deus. Veja que Tiago 4:3 diz: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites”.

Ou seja, há muitos cristãos que estão mais preocupados com o seu próprio bem-estar e com o seu status nessa Terra, pedindo coisas fúteis e temporais. Todavia, nenhum deles é atendido, pois não buscam a glória de Deus e nem procuram a Sua perfeita vontade.  

Portanto, orar com um coração corrupto é inútil, pois o seu único propósito nesse ato é a sua “felicidade” miserável nesse mundo, por meio de coisas matérias e projetos de grandeza pessoal.

Oração Verdadeira: Confiando e Esperando

Porém, a verdadeira oração é uma demonstração de comunhão com Deus, na qual os desejos do homem são moldados aos desejos de Deus. Isso significa que o servo do Senhor entende e se apropria da vontade do Senhor, encontrando alegria em cumpri-la.

Criança orando

Vale ressaltar que os homens não sabem o que é melhor para si mesmo, pois o seu coração é enganoso e cheio de futilidades. Assim sendo, a oração é um grande privilégio para o cristão, pois permite que ele coloque a decisão correta nas mãos do Senhor.

Portanto, o fiel se entrega verdadeiramente e confia que o Senhor, em Sua infinita sabedoria, responderá no tempo certo, da maneira como bem Lhe aprazer e com ricas misericórdias. Essa confiança na resposta de Deus é um ato de fé e submissão à Sua vontade.

“Se eu pensasse, ainda que por um momento, que uma simples molécula corre livremente pelo universo fora do controle e do domínio do Deus Todo-Poderoso, eu não dormiria hoje à noite. Minha confiança no futuro descansa em minha confiança no Deus que controla a história”

(R.C Sproul – “A Oração Muda as Coisas?”)

Dessa forma, aprender a esperar é um exercício fundamental da verdadeira oração, e o cristão deve aceitar a resposta que vem do Senhor, mesmo que não seja a solução que desejava (Provérbios 14.12).

Submetendo-se a vontade de Deus

Ainda, a Bíblia está repleta de ensinamentos sobre a esperança e a aceitação da vontade de Deus. Jesus esperou dois dias antes de ir ajudar Lázaro (João 11.6), ressuscitando-o dentre os mortos (João 11.43). E, também, Deus não removeu o “espinho na carne” do apóstolo Paulo, porém concedeu-lhe força para suportar e para aceitar a Sua vontade (2 Coríntios 12:8-9).

“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2).

A importância da Oração Verdadeira

Em síntese, se o cristão almeja orar e ter a sua oração atendida por Deus, ele deve enxergá-la como a Bíblia a descreve. É necessário que o cristão coloque a prática da oração como um meio de graça pelo qual Deus cumpre Seus propósitos, sendo aceito com amor pelo servo do Senhor. Além disso, os eleitos de Deus devem viver a oração verdadeira como uma prática diária constante.

Portanto, os homens fiéis devem estudar As Escrituras com zelo e rejeitar falsos ensinos que colocam a criatura no lugar do Criador, inclusive nas palavras de oração. D.A Carson, certa vez, afirmou: “Não se barganha com um Deus que não precisa de você”, uma verdade que muitos relutam em admitir em suas preces.

Podemos, assim, estabelecer, humildemente, uma analogia entre a oração e a relação entre um bebê e seu pai. Quando um bebê corre alegremente na direção aos braços do pai, ele busca força, conhecimento e segurança. O pai oferece a proteção, a sabedoria e a tranquilidade que são fundamentais para o desenvolvimento da criança.

O Conforto da Oração

Semelhantemente, quando o servo de Deus ora, ele busca o conforto, a proteção, a ajuda e a segurança que só Deus é capaz de oferecer. Ainda mais, o cristão é, cada vez mais, conformado à imagem e semelhança de nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus.

Em suma, a oração é um meio de graça que nos aproxima do Senhor. Ela nos permite experimentar Sua maravilhosa presença de forma profunda, transformando nossas vidas.

Logo, os fiéis devem valorizar e exercer fielmente a prática da oração. E assim, desfrutar o privilégio de poder, por meio de Cristo, adentrar o Lugar Santíssimo.

Para finalizar, depois de apresentar todos os requisitos bíblicos da oração, R.C. Sproul concluiu:

“Se queremos aprender como orar, então, devemos orar – e continuar a orar” (R.C. Sproul – “A Oração Muda as Coisas?”)

Sem mais, boa leitura!

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