O Pecado do Povo de Israel e o Profeta Elias

Livro de Inspiração

Nome do Livro: A Vida do Profeta Elias

Autor: A.W.Pink

Número de Páginas: 334 páginas

O Pecado do Povo de Israel

Com frequência, a interpretação contida do conceito de pecado leva as pessoas a considerar as sentenças de Deus como injustas. Muitos cristãos, de fato, tentam mitigar a ira divina, recorrendo à manipulação do Seu amor com argumentos como: “Deus é amor, como Ele poderia infligir tal vingança sobre o Seu povo? Não, Deus não faria isso.”

Contudo, é fundamental considerar que esse ponto de vista se origina de uma concepção equivocada do pecado e, como consequência, da incapacidade de apreciar o valor da santidade de Deus.

Entender o pecado como uma afronta à perfeição e santidade de Deus é crucial. A justiça divina não é incompatível com o Seu amor; ao contrário, é uma expressão necessária da Sua santidade. O pecado não é simplesmente um erro insignificante, mas uma transgressão que desafia a integridade do Criador e perturba a ordem moral.

Portanto, ao invés de questionar a justiça de Deus, devemos buscar compreender a profundidade do pecado e a Sua justiça. Esta não é uma manifestação de vingança arbitrária, mas sim uma resposta de um Deus santo diante da rebelião humana.

Em suma, a chave para uma compreensão mais aprofundada da justiça divina reside na compreensão do pecado e no reconhecimento da inabalável santidade de Deus. Isso nos permite apreciar a harmonia entre o Seu amor e a Sua justiça, que, em conjunto, são aspectos fundamentais da Sua natureza.

• Entenda melhor o contexto desse artigo lendo “A Aparição do Profeta Elias”

O Entendimento do Pecado

É inegável que todos nós, seres humanos, conhecemos nossas imperfeições, tanto que ao primeiro erro dizemos: “Eu não sou perfeito”. Essa afirmação carrega consigo uma verdade incontestável.

No entanto, a mente humana é obscurecida pela corrupção e, portanto, incapaz de perceber todas as nuances do mal, ao contrário de Deus, que o abrange em sua totalidade. Assim, nossas ações, por mais que pensemos que sejam puras, revelam impurezas, seja por meio de dúvidas, medo, impulsividade e outras imperfeições da natureza humana pós-Queda.

Essas limitações decorre da cegueira inerente aos nossos olhos, um legado da Queda que mancha a pureza de nossa alma. O notável pregador Spurgeon, em um de seus sermões, ilustrou essa condição humana ao afirmar que o pecado reside nas profundezas de nosso ser, enquanto nossas ações são apenas a superfície do solo, revelando apenas uma parte superficial do problema.

Em resumo, somos muito piores do que conseguimos imaginar, e somente Deus enxerga a real profundidade de nossas imperfeições. Portanto, diante do Senhor, a gravidade de um pecado é indescritível. Não podemos esquecer que Deus é Santo.

Um exemplo histórico encontra-se em Israel, que se afastou de Deus, zombou de Seus feitos, provocou Sua ira ao adorar Baal e chegou ao ponto de assassinar profetas. Sob essa realidade, diante da Santidade suprema de Deus, imaginamos nos perguntar se Ele simplesmente fecharia os olhos para tamanha atrocidade? – A resposta é que Deus ama a santidade, e, portanto, abomina atos impuros.

“Tens feito estas coisas, e eu me calei; pensavas que eu era teu igual; mas eu te arguirei e porei tudo à tua vista. Considerai, pois, nisto, vós que vos esqueceis de Deus, para que não vos despedace, sem haver quem vos livre.” ( Salmos 50:21-22)

A Importância da Morte de Cristo

Aprofundar nossa compreensão sobre essa complexa relação entre a natureza caída do ser humano e a santidade divina é um desafio constante que nos convida a refletir sobre nossa própria busca por pureza e retidão diante de um Deus de santidade incontestável.

Além disso, nosso pecado foi de tal magnitude que Jesus, o Filho de Deus, desceu dos céus, para derramar o Seu precioso sangue em favor de homens pecadores, do Seu povo eleito. Assim, somente por meio desse ato supremo de amor, a justiça do Pai foi satisfeita.

É motivo de gratidão a Deus que, por meio de Cristo, obtivemos a vitória sobre cada um dos nossos pecados. Através do sacrifício de Jesus, o Seu povo encontrou o perdão tão almejado (1Pe 3.18). Amém.

Neste relato, encontramos a essência do cristianismo, onde a redenção e o perdão são concedidos por meio do sacrifício voluntário de Jesus, demonstrando o imensurável amor e a graça divina. Através desse ato de redenção, somos lembrados da importância da fé e da esperança, bem como do perdão como um presente divino que nos permitiu reconciliar com Deus.

O Profeta Elias, um dos homens mais notáveis ​​da Bíblia, não era excepcional em sua natureza humana. Ele compartilhava as mesmas fraquezas e desejos pecaminosos que todos nós possuímos. No entanto, Deus o separou de uma geração corrompida para testemunhar da glória do Seu Nome.

Essa escolha divina teve profundas implicações na vida de Elias, mas em nenhum momento Deus o abandonou. Pelo contrário, em seus momentos mais difíceis, Elias foi sustentado pela misericórdia divina, mesmo quando enfrentou o deserto ele permaneceu diante da face do Senhor. Sua integridade e força fluem exclusivamente do Senhor.

Dessa mesma forma, a vida de um cristão deve refletir esse princípio: devemos zelar pelo Nome de Jesus, testemunhar Sua fidelidade e prestar a Ele toda a glória. Apresentamo-nos como seres totalmente dependentes, conscientes de nossas necessidades, incapacidades e dos pecados, permanecendo constantemente no amor de Deus.

Assim, os cristãos genuínos devem implorar por Cristo todos os dias, nunca desviando-se de Seus mandamentos e estatutos, guardando-os em seus corações. Tendo como certo a missão na Terra de testemunha fiel, negando a si mesmo e seguindo a Cristo.

Diante disso, ao fazê-lo, obtemos o tesouro mais valioso que Jesus guarda para nós: a promessa de uma eternidade na plenitude de Seu amor.

Embora hoje não tenhamos mais profetas como Elias, temos o exemplo de Cristo, a encarnação do Ser de Deus, que é, foi e sempre será maior do que todas as coisas. Através do poder do Espírito Santo, aqueles que foram redimidos pelo sangue de Cristo são capacitados a seguir esses princípios e a testemunhar a glória de Deus em suas vidas, cumprindo a santa vocação como filhos de Deus. (2 Pedro 1.4)

• Ah, para saber mais sobre o profeta Elias lei, também, o artigo: “As Características do profeta Elias”

Este artigo destaca apenas uma das valiosas lições encontradas no livro “A Vida do Profeta de Elias”, escrito por AW Pink. Por isso, recomendo enfaticamente que os leitores ávidos por mais conhecimento explorem o livro na íntegra e, sob a direção infalível das Sagradas Escrituras, tenham uma compreensão mais aprofundada e enriquecedora desses ensinamentos.

Sem mais, boa leitura!