O Espírito Santo e Cristo: “O Espírito Santo” de A.W.Pink

Poucos abordam, atualmente, a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, O Espírito Santo. Essa falta de atenção leva o povo de Deus a negligenciar os assuntos celestiais e eternos, o que se evidencia claramente nas pregações aos domingos. Por isso, considero essencial compartilhar, com toda humildade, os grandes aprendizados que obtive no livro O Espírito Santo , do pregador A.W. Pink.

A negligência Cristã sobre O Espírito

Entretanto, quero ressaltar que abordarei apenas um dos diversos capítulos apresentados no livro. Assim sendo, recomendo, de coração, que todos os que desejam aprender, guiados pelas Sagradas Escrituras, outras verdades ricas sobre o Espírito da Verdade, leiam essa obra. Além disso, a escolha desse capítulo em especial, deve-se a uma das grandes ironias de nossos tempos: a pregação sobre a Pessoa de Cristo, com a ausência parcial ou total do Espírito Santo. Ou seja, é de se estranhar que aqueles que se dizem cristãos estão tão “ávidos” para falar de Cristo e a Evangelizar os outros, mas não se submetem a vontade do Espírito Santo. Não reconhecem a total dependência que temos de Sua Pessoa para qualquer projeto evangelístico, mas prontamente, O ignoram, impondo a igreja seus próprios métodos evangelísticos. Como se fora pouco, esses homens alegam fazer a vontade de Cristo.

Agora, como isso pode ser permanece um mistério: como faremos a vontade de Cristo, ignorando Aquele é “O Espírito do Filho” (Gl.4.6)? Como evangelizaremos, contando as maravilhas do Salvador, sem Aquele que foi enviado por Ele (At.2.33)? Como saberemos quem é Cristo, sem Aquele que procede dEle (Jo.1.33)?

Somos, portanto, levados a uma dura conclusão: sem o Espírito da Verdade, não é o Cristo, a Verdade, que está sendo pregado!

“Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir.” (Jo.16.13)

Cristo e o Espírito da Verdade

Adentrando ao tema, vejamos que a relação entre o Espírito Santo e Cristo é revelada em três momentos fundamentais e progressivos de Sua obra redentora: a Encarnação, o Batismo e a Ascensão. Assim, Cada etapa da unção de Jesus pelo Espírito Santo revela aspectos únicos da Sua missão. Destacando, dessa forma, a plenitude do plano divino para a salvação da humanidade. Vejamos:

O Espírito Santo na Encarnação de Cristo

Na Encarnação, o Filho de Deus assumiu a natureza humana, e, por meio do Espírito Santo, foi dotado de todas as graças espirituais necessárias para a missão que realizaria. Nesse contexto, o anjo Gabriel anunciou a Maria que o Espírito Santo desceria sobre ela e o poder do Altíssimo a envolveria, tornando possível o nascimento de Jesus como verdadeiro Deus e verdadeiro Homem (Lc. 1.35; Mt. 1.18).

Nesse sentido, desde o início de Sua vida terrena, Jesus foi iluminado, guiado e preservado pelas operações do Espírito Santo. Portanto, essa unção inicial enfatiza que Ele compartilhou plenamente da condição humana, exceto no pecado (Hb. 2.17). Entretanto, observe que Sua humanidade não diminuiu, em nada, a Sua divindade, ambas as naturezas coexistiram de maneira perfeita, sem confusão ou fusão.

Ademais, o Espírito Santo foi o princípio orientador de toda a vida terrena de Cristo (Hb.2.14). Evidenciou, dessa maneira, a harmonia da Trindade: “Tudo procede do Pai, por meio do Filho, e pelo Espírito”. Cristo, assim, crescia em sabedoria e graça diante de Deus e dos homens, demonstrando um desenvolvimento humano pleno e perfeito (Lc.2.40, 52).

Também, o Espírito Santo capacitou Jesus para realizar Sua missão desde o princípio, dotando-O de dons espirituais e sabedoria divina. Essa unção sem medida (Jo. 3.34) distinguiu Jesus de qualquer outro homem, confirmando Sua singularidade perfeita e maravilhosa como o Messias prometido.

O Batismo de Jesus

Ainda, o Batismo de Jesus, realizado por João Batista no rio Jordão, marcou o início de Seu ministério público e representou Sua consagração formal para a obra redentora. Nesse momento, o céu se abriu, o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma de pomba, e a voz do Pai declarou: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado” (Mt 3.16-17). Essa unção não apenas confirmou a identidade divina de Jesus, mas também fortaleceu Sua humanidade. Pois, Jesus, capacitado para enfrentar as tentações no deserto e derrotar o diabo (Lc 4.1-14), evidenciou Sua Santidade Perfeita e vitória sobre o pecado.

De maneira geral, a unção no Batismo pode ser analisada sob dois aspectos:

  1. Pessoal e Privada: O Espírito Santo concedeu graça espiritual, fortalecendo a humanidade de Cristo para os desafios de Sua missão terrena.
  2. Oficial e Pública: Ele dotado de dons ministeriais (Is 11.2-3), proclamou o Evangelho, curou os enfermos, expulsou os demônios e realizou sinais e maravilhas como parte de Sua obra redentora.

Assim, no episódio da leitura de Isaías 61 na sinagoga (Lc 4.18-21), Jesus declarou que a promessa messiânica se cumpria n’Ele, revelando que o Espírito Santo O havia ungido para proclamar libertação aos cativos, dar vista aos cegos e anunciar o ano aceitável do Senhor.

O Espírito Santo na Ascensão de Cristo

Por fim, a Ascensão de Cristo ao céu marcou o início de uma nova etapa no plano de salvação. Jesus, exaltado à destra do Pai, vitorioso, recebeu o Espírito Santo para enviá-Lo à Igreja, inaugurando a era do Novo Testamento (At 2.33; Sl 68.18). Essa concessão foi o cumprimento das promessas feitas no Antigo Testamento e da missão que Ele confiou aos Seus discípulos. Ao cancelar a maldição do pecado (Gl 3.13-14) e satisfazer a justiça divina, O Salvador abriu o caminho para que o Espírito Santo fosse derramado sobre todos os que cressem n’Ele, os salvos. Esse maravilhoso dom implica no perdão dos pecados e na reconciliação com Deus (Lv. 14.14-17).

Vejamos, o quão graciosos foi o envio do Espírito Santo, demonstrando uma missão conjunta entre O Pai, O Filho e O Espírito, evidenciando a unidade e a cooperação da Santíssima Trindade no plano da Redenção. Como Mediador, Jesus recebeu autoridade plena do Pai para liderar e edificar Sua Igreja (Jo. 8.42). O Filho do Deus Altíssimo prometeu que o Espírito, O Consolador, habitando nos salvos, os capacitaria em toda boa obra e no conhecimento da Verdade. Além disso, o Espírito prepara a Igreja para que esteja em conformidade com a santidade do Seu Senhor, Rei e Salvador.

Conclusão

Assim, o Espírito Santo é o que une Cristo e a Sua Igreja. Ele capacita os salvos a viverem em santidade e comunhão com a Santíssima Trindade, moldando-os a exata estatura de Cristo. O Espírito revela as grandezas de Deus aos corações. Mostra a nossa vileza e nos liberta do pecado. Testemunha fielmente da suficiência do sacrifício de Jesus, o Deus encarnado, e a nossa dependência do Senhor. Aplica todas as graças, planejadas pelo Pai e adquiridas pelo Filho. Sem o Espírito do Filho, não conhecemos, nem podemos conhecer nosso Salvador e sem Jesus, não temos acesso ao Pai. Permanecendo, portanto, “mortos em delitos e pecados” (Ef.2.1), sujeitos a justa condenação. Que Deus, em Sua maravilhosa graça, não permita que o Seu povo entristeça o Santo Espírito da Promessa, nem detenha o Seu testemunho da fidelidade do Seu Filho Amado!

Portanto, curvemo-nos ao Espírito Santo (à Sua perfeita e santa vontade), sendo o próprio Deus, merecedor de toda honra e glória!

Queremos ouvir suas ideias e opiniões. Compartilhe conosco!

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